Clássico e Eterno – Cristobal Balenciaga

Proposta do trabalho: Através de pesquisas, apresentar a importância do criador para o sistema da moda, com características sobre a vida do estilista e elementos que influenciaram ou influenciam seu processo de criação, descrições relacionadas
às peças chaves, temas de coleção e características recorrentes do trabalho do
estilista, linha de produtos, perfumes, ações institucionais, etc.

O mestre da Alta-Costura

1895-1972

“Uma mulher não tem necessidade de ser perfeita ou mesmo bonita para vestir o meu vestido, o vestido vai fazer tudo isso para ela.” Cristobal Balenciaga

Nasceu em 21 de janeiro de 1895 em Guetaria, região basca da Espanha.

Filho de um pescador  e de uma costureira.

Começou sua carreira ainda menino, com o Patrocínio da marquesa de Casa-Torres, com a qual se encantou quando foi abordada por ele para que copiasse o seu tailleur.

Aos 13 anos se tornou aprendiz de alfaiate.

Em 1913, aos 18 anos tornou-se alfaiate na loja Louvre.

Em 1919, aos 24 anos, em San Sebastián, abriu a Maison Balenciaga.

Se tornou um conhecido comprador, por sempre visitar a França, pois sabia que sua clientela valorizava “a moda vinda de Paris”, o qual foi influenciado muito a Chanel, Vionnet e Louise Boulanger.

Em 1932, inaugurou mais 2 casas, uma em Madri, outra em Barcelona.

Em 1936, com a Guerra Civil Espanhola, fechou os 3 salões de moda e emigrou para Londres e no ano seguinte, Paris.

Em 1937, inaugurou a Maison Balenciaga junto com  2 sócios.

De 1937 á 1947, Balenciaga reinou absoluto em Paris.

Detalhe de acabamento e costura

Suas roupas impressionavam pela ausênciabsoluta de detalhes supérfluos, tecidos pesados e pelo corte perfeito.

Todas as suas criações apresentavam um ar dramático e sério, inspiradas nas dançarinas  de flamenco e nos toureiros.

Tinha clara preferência sobre determinadas cores, como um preto tão profundo que chegava a ser azulado. Todos os tons de terra o agradavam.

Gostava também do vermelho intenso, o mesmo da bandeira dos toureiros, e do azul-turquesa, para os trajes de noite. Além de usar muita passamanaria e renda, empregou como constância o bordado característico das jaquetas dos toureiros.

Perfeccionista ao extremo, quando uma costureira não  conseguia atingir o resultado que ele pretendia, ele mesmo desmanchava e recosturava a peça.

Criou vestidos para Hélène Perdriède no filme Trois de Saint-Cyr.

Reabriu suas 3 maisons na Espanha.

Em 1939,  ampliou a maison comprando o prédio vizinho. Seus desfiles chegaram a ocupar a primeira página dos jornais devido a tumultos pela quantidade de telespectadores.

A política do costureiro de não dar entrevistas nem frequentar a sociedade foi sua melhor propaganda.

Em 1940, sob as nuvens da 2º Guerra Mundial, os nazistas tinham como plano transferir toda a alta-costura para Berlim. Mas talvez por sua origem espanhola, Balenciaga foi poupado do assédio nazista, mas passou a apresentar pequenas coleções só para clientes preferenciais, já que os compradores norte-americanos e ingleses estavam impedidos de comparecer.

1941-1942

Em 1941, criou maravilhosos vestidos, inspirados na Renascença espanhola o criou o figurino de Arletty, no filme Bolero, dirigido por Jean Boyer.

Em  1945 ele, e outros estilistas uniram-se em torno de um envento Théâtre de la Mode, onde bonecas apareciam vestidas com criações dos grandes costureiros. Bem sucedido, o evento precorreu depois toda a Europa e os Estados Unidos.

Em 1946, lançou a linha Barril e outra com boleros bordados, inspirados nos acessórios dos toureiros espanhóis.

1950

Na década de 1950, o New Look imperava mas Balenciaga prosseguiu alheio às tendências: suas criações tinham ritmo próprio. À frente de seu tempo, lançava aquilo que só anos mais tarde viria a ser moda. O mesmo ano marca o ingresso de Courrèges na maison, como aprendiz, que saiu em 1961, e era o principal assistente de Balenciaga.

Mostrou suas primeiras blusas sem golas, capas de chuva em Cracknyl, produzido por Bucol e vestidos ballonnées.

Em 1951, pela primeira vez, apresentou uma linha mais fluida. Compunham o visual golas mais distantes do pescoço, o dianteiro reto e as costas volumosas

Em 1952, lançou a linha “marinheira”.

Em 1954, aos 71 anos, Chanel retornou vitoriosa ao mundo da moda fazendo o famoso tailleur Chanel. Coco Chanel e Balenciaga faziam tailleurs divinos e passaram a década concorrendo entre si.

Chanel admirava o competidor: “ Só balenciaga é um costureiro, no verdadeiro sentido da palavra. Ele sozinho é capaz de cortar o tecido, juntar as partes e costurá-las à mão. Os outros são simplesmente estilistas”.

1955

Em 1955, Balenciaga apresentou o vestido-túnica. Criou também o guarda-roupa de ingrid Bergman no filme Anastacia. A partir desse ano, decidiu exibir sua coleção um mês depois dos outros costureiros, criando problemas para jornalistas e compradores, que tinham de voltar a Paris especialmente para ver seu desfile. O costureiro proibia fotografias nos desfiles: apenas a revista Vogue podia publicar algumas fotos das roupas, desde que pré-selecionadas pelo próprio Balenciaga.

Em 1957, vieram o vestido-camisa e o vestido-saco.

1958

Em 1958, os modelos tipo baby-doll e para a noite, vestidos com “cauda de pavão”. Por essa época começou a trabalhar em seu ateliê um jovem chamado Emanuel Ungaro.

Ainda em 1958, o aclamado costureiro foi condecorado com a Legião de Honra.

Em 1960, suas criações continuavam austeras na forma, mas os tecidos eram muito mais luxuosos.

1960

Por volta de 1966, começou a cair a audiência nas coleções de Balenciaga. Pela primeira vez, o mestre espanhol se percebeu fora de sintonia com seu tempo.

Foi neste ano que foi contratado para desenhar os uniformes da Air France, que acabariam de ser entregues em 1968, ano de sua ultima coleção, exibindo túnicas com efeito trompe I’oeil.

Aos 72 anos, aposentou-se ainda no topo, comentando: “Eu sinto por não ser mais novo, pois teria criado um prêt-à-porter divertido e de bom gosto, como exige a época que vivemos”.

Balenciaga fechou sua maison de Paris e as três casas da Espanha.

Amor à arte foi a tônica de seu trabalho e de um tempo que acabou junto com ele.

Em 1971, morria a velha amiga Chanel, cujo funeral marcou a última aparição pública de Balenciaga.

Em 1972 concedeu a sua primeira e única entrevista. “A vida que suportava a alta-costura não existe mais. A verdadeira alta-costura é um luxo que não cabe mais no mundo”.

1972

Balenciaga fechou sua obra como se encerra um desfile: com um vestido de noiva para a neta de Franco.

O mestre faleceu na Espanha em 24 de março , aos 77 anos.

Reportagens sobre Balenciaga - 1960

Linha cronológica

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Nicolas Ghesquiere

Após sua morte, a marca, como em tantos casos similares, entrou em decadência acelerada.

Foi resgatada da irrelevância com a contratação, em 1996, de um jovem de apenas 25 anos, Nicolas Ghesquière.

Considerado um dos maiores talentos, talvez até o mais brilhante, da moda atual, ele reconduziu a grife Balenciaga à vitrine das marcas modernas, copiadas e cobiçadas

Em 2001 a marca foi comprada pela Gucci.

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Alta-Costura x Prêt-à-porter

Em 1972 concedeu a sua primeira e única entrevista. “A vida que suportava a alta-costura não existe mais. A verdadeira alta-costura é um luxo que não cabe mais no mundo”.

“Eu sinto por não ser mais novo, pois teria criado um prêt-à-porter divertido e de bom gosto, como exige a época em que vivemos”.

Para muitos, Balenciaga poderia ter criado um império financeiro, caso aceitasse lançar linhas prêt-à-porter. No entanto, ele sempre achou impossível alcançar, em escala industrial, a qualidade de corte e acabamento relacioanda ao seu nome.

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Bibliografia

JOUVE, Marie-Andrée – Balenciaga, New York: Assouline, 2005. 79p.

BALENCIAGA, Cristobal – Homage à Balenciaga, Lyon: Herscher, 1985. 122p.

QUEIROZ, Fernanda Nechar de – Os Estilistas: Lucile, Patou, Scaasi, Balenciaga, Courrèges, Miyake, Westwood, São Paulo: SENAI CETVEST, 1998. 59p. (Col. O mundo da moda, 3)

http://www.fashionbubbles.com/2008/cristobal-balenciaga-o-arquiteto-da-costura – Acesso em 11/10/2009

http://almanaque.folha.uol.com.br/balenciaga.htm – Acesso em 11/10/2009

http://modabrasiltour.blogspot.com/2009/09/cristobal-balenciaga-em-dobro.html – Acesso em 24/10/2009

http://www.balenciaga.com – Acesso em 24/10/2009